O ensino da língua francesa está previsto nos programas de quase todas as escolas do mundo, como instrumento de desenvolvimento pessoal, de comunicação e de acesso a culturas e civilizações estrangeiras. A presença da cultura francesa foi marcante no mundo inteiro durante muito tempo.
No Brasil, esta cultura floresceu a partir do século XIX e implantou-se, de maneira dominante, durante mais de cem anos, até começar a perder hegemonia para a cultura norte-americana. Foi, entretanto, na virada do século que as marcas francesas se fizeram mais evidente, provocando a festiva e desigual inserção do Brasil na Belle Époque.
Naquele momento, o Rio de Janeiro, a Capital Federal, modernizava-se, sob o signo do cosmopolitismo parisiense, que mal se adapta a uma cidade ainda de feição colonial. O Rio, então, imita Paris, a Cidade-Espelho.
A presença cultural francesa começa no Primeiro Reinado e, no Segundo, ela se intensifica. Companhias teatrais, modistas na rua do Ouvidor, livrarias - tudo era francês ou estruturado para a venda de artigos franceses.
A República chegou e, passado os presidentes-marechais, coube aos governantes civis lançarem-se na construção de uma capital digna dos tempos modernos. Os planejadores inspiraram-se na reforma de Paris, na segunda metade do século XIX. É a França presente nesse processo de colonização cultural da elite carioca que, no final do século XIX e primeiras décadas do século XX, deixa suas fortes marcas nesse período conhecido como Belle Époque.
Laços antigos unem o Brasil à cultura francesa, desde a célebre missão chefiada por Grandjean de Montigny, em 1816, passando depois pela filosofia (Comte e Bergson), pelo urbanismo (Haussmann, Agache, Le Corbusier) e pela medicina, não esquecendo a importância que o poeta Blaise Cendrars e as vanguardas tiveram para nossos modernistas e a marca que Claude Lévy-Strauss, Michel Foucault, Fernand Braudel e Roger Bastide deixaram na nossa universidade. Quase todos os escritores, dos românticos aos simbolistas, de Machado de Assis a Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, por exemplo, foram marcados pela cultura francesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário